Tomamos como ponto de partida discutir a colonização do olhar, das emoções e da voz em tempos de aceleração cognitiva, de acoplamento maciço com as tecnologias digitais, do individualismo e da medicalização da vida. Conversando com autores como J. Crary, Y. Citton e D. Lapoujade, nos damos conta que a experiência com a arte e a aprendizagem inventiva se mostram capazes de produzir resistência em relação aos regimes hegemônicos de alerta e vigilância. Proposições estéticas podem funcionar como um laboratório estético de atenção, cultivando a atenção conjunta, concentrada, aberta, sustentada e cuidadosa.

Virgínia Kastrup – Professora Titular do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRJ e Doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP). Suas pesquisas se articulam em torno do problema da invenção, com desdobramentos sobre a aprendizagem, a atenção, a arte, a deficiência visual e o método da cartografia. 

Luciana Caliman – Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Institucional da UFES e Doutora em Saúde Coletiva (IMS/UERJ). Tem se dedicado à pesquisa da atenção e à análise crítica dos processos de medicalização e medicamentalização atuais, especialmente no que tange ao Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). Seus estudos são orientados por uma perspectiva ecológica da atenção e pela prática de pesquisa cartográfica.